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Do Site do MAB
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

 

Nesta sexta-feira (27), na sede da Agência Nacional do Petróleo (ANP), localizada no Rio de Janeiro (RJ), o governo golpista de Michel Temer realizou a segunda e terceira rodadas de licitação do pré-sal. Das oito áreas ofertadas, seis foram arrematadas pelo bônus de assinatura de R$ 6,15 bilhões. De acordo com representantes do governo, esse recurso será utilizado para fechar as contas e atingir a meta fiscal do ano.


De acordo com Cloviomar Cararine Pereira, economista do Dieese e assessor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), os blocos leiloados contém aproximadamente 12 bilhões de barris de petróleo. Essa quantia é equivalente às descobertas da Petrobras antes do pré-sal, ou seja, em 60 anos de história. Considerando o preço do barril de petróleo a 60 dólares, e com o atual câmbio, o valor das áreas ofertadas pode ultrapassar R$ 2 trilhões.


As rodadas de licitação começaram com mais de duas horas de atraso devido a uma liminar, expedida pelo juiz Ricardo Sales, da 3ª Vara Cível da Justiça Federal de Manaus, que suspendeu o leilão. O magistrado acatou uma ação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e argumentou que os valores cobrados pelas áreas eram baixos e que a lei que colocou fim à exclusividade da Petrobras no pré-sal apresenta “vício constitucional”.


Com a expectativa de arrecadar R$ 7,75 bilhões, o governo arrecadou apenas R$ 6,15 bilhões. Na segunda rodada foram arrecadados R$ 3,3 bilhões e na terceira R$ 2,85 bilhões. A primeira rodada do pré-sal foi realizada ainda no governo Dilma, em 2013, com a venda do campus de Libra.


Confira as áreas leiloadas:


Alto de Cabo Frio Central


A área localizada na Bacia de Santos foi arrematada por um bônus de R$ 350 milhões pelo consórcio formado por Shell (55%), CNOOC (20%) e Qatar Petroleum (25%). As petroleiras ofertaram 22,87% de óleo excedente para a União.


Peroba


Também localizada na Bacia de Santos, a área foi arrematada por um bônus de R$ 2 bilhões pelo consórcio formado pela Petrobras (40%), a chinesa CNODC (20%) e a britânica BP (40%). Foram ofertados 76,95% do óleo para a União.


Pau Brasil


Não recebeu ofertas.


Norte de Carcará


Também localizada na Bacia de Santos, a área foi adquirida por um bônus de assinatura de R$ 3 bilhões, pelo consórcio formado pela Statoil (40%), Petrogal (20%) e ExxonMobil (40%). As empresas ofertaram um percentual de óleo para a União (óleo excedente) de 67,12%.


Entorno de Sapinhoá


Também localizada na Bacia de Santos, a área foi arrematada por bônus de outorga de R$ 200 milhões, pelo consórcio formado por Petrobras (45%), Repsol Sinopec (25%) e Shell (30%). As empresas destinaram 80% do óleo excedente à União.


Gato do Mato


Também localizada na Bacia de Santos, a área foi leiloa por bônus de R$ 100 milhões ao consórcio formado pela Shell (80%) e Total (20%). As empresas ofertaram à União 11,53% do óleo excedente.


Sudoeste de Tartaruga Verde


Não recebeu propostas.

 

 

*Editado por Rafael Soriano