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Por Jailma Lopes
Da Página do MST

 

Abrindo a Jornada Nacional de Luta Unitária dos Trabalhadores e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, 600 famílias Sem Terra ocuparam na madrugada desse domingo (04), uma área improdutiva de 300 hectares localizada na Zona Norte de Natal (Parque dos Coqueiros). O terreno é de posse da família do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Farias (PSD). 


Segundo, Lucenilson Angelo, da direção nacional do MST, nos últimos meses, com a crise econômica e com os meses de instabilidade política que consolidou o golpe que levou o então vice-presidente Michel Temer à Presidência da República, a situação da população do campo piorou significativamente.


"Dentro desse contexto, muitas famílias têm buscado no MST maneiras de enfrentar essa crise. Por isso, o Movimento reafirma sua postura organizativa e de resistência, essa será nossa resposta aos golpistas", disse.  


Especulação Imobiliária


Assim como no campo, a terra na cidade é também concentrada nas mãos de latifundiários, das oligarquias políticas e de grandes grupos empresarias. Legitimada pelo poder público, essa concentração de terra e renda deixa ainda mais distantes condições dignas de moradia, trabalho, educação, saúde, mobilidade urbana e qualidade de vida para a classe trabalhadora.


Ainda de acordo com a coordenação estadual do Movimento, não há, como pensar a questão agrária, sem pensar a questão urbana: "pois a concentração de terra que atinge os dois pólos é a mesma, logo não existe cisão entre campo e cidade. Nesse contexto, o MST do Rio Grande do Norte, tem apontado a especulação imobiliária como um dos grandes inimigos da classe trabalhadora".

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Comunas
 

O objetivo dos trabalhadores é fazer com que a área ocupada se transforme em uma Comuna Urbana. Alternativa que surge como projeto de transformação social frente ao Capital. 


Essa é a segunda Comuna Urbana da Terra, criada no estado. A primeira conta com 300 famílias e está localizada em Mossoró, na propriedade do senador José Agripino Maia (PMDB). 


O Movimento entende que as Comunas Urbanas - nessa conjuntura política de Estado Exceção -, é a reafirmação do projeto de Reforma Agrária Popular. 


Jornada Nacional de Luta


Até o próximo dia (7) em todo Brasil, o MST mobiliza-se em ações de resistência ao golpe de Estado parlamentar-jurídico-midiático-empresarial em curso no país.


Os trabalhadores denunciam a paralisação das políticas públicas e o retrocessos sociais que atingem todo o conjunto da classe trabalhadora do campo e da cidade. 

A coordenação do Movimento, afirma ainda que: "as trabalhadoras e trabalhadores não recuarão nenhum centímetro na luta, muito pelo contrário, avançarão ainda mais e não darão nenhum minuto de sossego ao governo golpista de Michel Temer”.


*Editado por Maura Silva