Com pressão de Kátia Abreu, DNIT pede demolição de acampamento em TO
Para Sem Terra, isso acontece pelo fato do acampamento ser uma forte pressão em ano eleitoral.
Da Página do MST
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) do estado de Tocantins entrou com uma ação na Justiça Federal pedindo a reintegração de posse e a demolição total do Acampamento Olga Benário, localizado às margens da BR 153, no município de Fortaleza do Tabocão.
O órgão alega que o acampamento causa insegurança às pessoas que trafegam na rodovia. Iniciado em junho de 2013, os Sem Terra também relatam que desde o início a Polícia Rodoviária tem sido um elemento perturbador das famílias.
Entretanto, os Sem Terra acreditam que a real motivação do pedido de reintegração de posse é política, já que há um consenso entre o proprietário da Fazenda Araguarina, de 20 mil hectares - reivindicada pelos camponeses – e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que está concluindo o laudo de vistoria da área para sua desaproriação.
“O superintendente do DNIT aqui no Tocantins é indicado pela Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), e sabemos que está havendo uma pressão dos ruralistas sobre o DNIT para a remoção do acampamento da BR 153”, disse Antonio Marcos, da coordenação nacional do MST.
Para ele, uma das explicações para essa ofensiva da senadora é o fato de ser um ano eleitoral e de ser um acampamento massivo com cerca de 500 famílias, o que configura numa forte pressão social perto da capital Palmas.
Antonio Marcos também alerta para o fato do Ministério Público Federal ter se posicionado totalmente favorável a reintegração de posse e remoção das famílias.
A Justiça Federal já deferiu o pedido do DNIT, mas ainda falta a decisão final do juiz para o cumprimento do mandato de reintegração de posse do acampamento.
As famílias do Olga Benário afirmam que não irão sair do acampmento e que a luta “deve continuar para que de fato a Reforma Agrária seja feita e as terras voltem para as mãos dos camponeses”, reforçou Antonio Marcos.
Fazenda Dom Augusto
As 250 famílias que haviam ocupado a Fazenda Dom Augusto, no município de Porto Nacional - a 25 km de Palmas – no último sábado (7), sofreram um processo de despejo na manhã desta sexta-feira (13).
Após três anos de análise sobre a documentação da área, conclui-se que a fazenda Dom Augusto não tem documento que justifique o domínio legal dos 3 mil hectares.
O suposto proprietário, Alcides Rebeschini, conseguiu provar ser dono de somente 1.200 hectares com um documento do Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins). O resto da propriedade tinha sido grilada.
Na próxima segunda-feira (16) os Sem Terra realizam uma audiência com Incra para discutir a situação da área. As famílias voltaram ao Acampamento Sebastião Bezerra, às margens da rodovia TO-050.